Valorizando as Nossas Raízes...

Como cidadãos de uma nação, precisamos reafirmar sempre os nossos valores, demonstrando com arte a nossa identidade brasileira; Com a sede de renovar votos e cultivar raízes, semeando sempre, a vontade de um povo: Crescer e fortificar raças e cores!

Lendas Urbanas do Pará

 SEVERA ROMANA

Essa é uma historia real, com um fim trágico. Filha de imigrantes italianos, após dois anos de casamento com o soldado Pedro Cavalcante de Oliveira, Severa Romana engravida. Estava no sétimo mês de gestação, quando o marido a apresenta ao Cabo Antônio Ferreira dos Santos, que se encontrava em Belém transferido do 35° Batalhão de Infantaria do Ceará. O casal decide ajudá-lo, fornecendo refeições e roupa lavada ao militar mediante módico pagamento.
Antonio Ferreira não tardou em ficar fascinado com a beleza da esposa de seu amigo. Na noite do dia 02 de julho de 1900, sabendo que o soldado Pedro ficaria de sentinela no quartel, o cabo seguiu para casa em que estava sendo hospedado sobre o pretexto de jantar mais cedo. Logo após servida a refeição, investiu contra Severa, tentando possuí-la à força. Diante da veemente recusa da jovem, o militar muniu-se de uma navalha e feriu-a mortalmente. Depois de sua morte, começaram a surgir boatos de que Severa Romana estaria fazendo milagres. Assim, surgiria a romaria incansável ao seu túmulo com pedidos e agradecimentos pelas graças alcançadas, surgindo a Santa Severa Romana.
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 A Moça do Táxi
Sepultura de Josephina fica na via principal do cemitério de Santa Izabel (Foto: Ingrid Bico/ G1)
Numa noite como outra qualquer, passava um táxi ao lado de um cemitério quando uma mulher fez sinal. O motorista parou e ela entrou, disse que ia para sua casa, e assim foi. Ao chegar ao destino, ela pediu que o motorista viesse pegar o dinheiro no outro dia, pois no momento, ela não tinha e tão pouco queria acordar os pais que já estavam dormindo.Ele aceitou, e marcou então um horário para o pagamento.

No outro dia, o taxista fez como combinado com a moça, chegou no horário e ficou esperando ela sair da casa e pagar-lhe a corrida. Como ela demorava, ele resolveu tocar a campainha. Uma senhora o atendeu, ele explicou a situação e ela o fez entrar. Na sala, ele viu vários retratos na parede, e, um deles, era o da moça que ele acabara de levar em seu táxi. 

A simpática senhora, perguntou a ele, se a moça que havia feito a corrida, estava em uma das fotos da sala. Ele apontou para uma delas e disse -É ela! dizendo que a estava esperando lá fora há mais de meia hora já até impaciente. — Impossível — disse a senhora a ele. — Esta era minha filha, que faleceu há exatos dez anos, aliás, hoje seria seu aniversário. 
O motorista, assustado com a história, só teve a ideia de se desculpar e sair rapidamente daquela casa. Diz esta lenda urbana que, todo ano, no dia de seu aniversário, essa jovem pega um táxi e vai até a casa da mãe. A história não é de todo uma lenda, havendo um pouco de verdade nisso. A moça realmente existiu, e seu nome era Josephina Conte, jovem que morreu em 1931, aos 16 anos. Antes de morrer Josephina começou a apresentar sinais de magreza excessiva, e teve que ficar internada em isolamento no hospital, com suspeita de tuberculose. Até hoje, ela é tida como "santa popular" e as visitas ao seu túmulo, que está localizado co Cemitério Santa Izabel, (Bairro do Guamá) começaram na década de 40 e sua lenda é contada de diversas formas em diferentes lugares do Brasil. 
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O Igarapé das Almas e A Porca do Reduto
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Igarapé das almas


Hoje, Doca Visconde de Souza Franco-Reduto
O Bairro do Reduto é um dos mais antigos de Belém e também um dos mais cheios de histórias e mitos, principalmente por ter como limite o famoso e discutido igarapé das almas. Aliás, ex-igarapé, pois agora foi transformado em um canal.
O  nome do dito igarapé é discutido até hoje: Igarapé das armas ou das almas? Diz-se que as duas expressões são corretas, pois a primeira é atribuída ao fato de que já no finalzinho da Guerra da Cabanagem, um grupo de cabanos  esconderam ali, neste igarapé suas armas.

Anos depois, foi-lhe atribuido "igarapé das almas", após os habitantes das redondezas terem visto espíritos de cabanos falecidos, que ficavam vagando atrás das armas escondidas. Sendo o igarapé das armas ou das almas, sempre serviu para comentários medrosos ou histórias fantásticas, de quando Belém era cidade provinciana, com racionamento de luz, transportes precários, quando a violência não era voraz e as famílias podiam colocar cadeiras nas portas de suas casas e calçadas, conta-se que pessoas que moravam na rua 2 de setembro ficavam assustadas todas as noites com um fato estranho que, aproximadamente as 22:00 horas da noite, uma porca de tamanho considerável, saia em desabalada carreira da praça Magalhães Barata até o igarapé das almas. Certa vez, residentes naquela rua, no trecho citado, estavam despreocupadamente conversando, quando, de repente, um ruído esquisito interrompia a conversa: era a porca na sua corrida cotidiana. Curiosamente, o animal, uma vez que chegava ao igarapé, desaparecia misteriosamente. Alguns moradores não se preocupavam, porém outros, mais curiosos, procuravam saber quem era o proprietário do animal, sem sucesso. Pergunta daqui, pergunta dali e nada! Parecia que a porca não tinha dono. Pensavam uns: meteu-se no mato! Porém havia algo mais estranho ainda: Havia no bairro uma senhora estranha que ninguém conhecia e ninguém sabia quem era, que mas diariamente, ia do igarapé das almas para a praça Magalhães, permanecendo a maior parte do dia a vagar pela praça. 

A correria da porca começou a incomodar de tal forma que, certos moradores,sugeriram mata-la, visto não aparecer seu dono. E assim se organizou uma turma disposta a liquidar com a vivência do suíno. Todas as noites o pessoal se reunia com um arsenal improvisado: porretes, estacas, pedras,madeira, enfim, tudo valia para pôr fim à vida da porca. Então, a partir daí, quem morava no itinerário passava a assistir esse espetáculo inédito: a caça de uma porca em plena cidade, isto além das 22:00 horas da noite. Talvez porque a porca fosse muito ligeira ou porque seus perseguidores fossem muitos lentos, o fato é que a caçada durou muitos dias. E toda noite era a vozeria da molecada, aos gritos de "mata" e "pega" acompanhando os atiradores de paus, pedras e de outras armas improvisadas. E depois a vaia reciproca, uns culpando os outros pelo fato de a porca ter escapado mais uma vez. Mas, um dia, finalmente, acertaram em cheio a cabeça da porca, em lugar próximo ao igarapé das almas. A porca parou, cambaleou e logo todos se puseram a dar pauladas e pedradas num autêntico lixamento. 

A Porca morreu, e o fato foi comentado pelos "Heróis" da noite. No dia seguinte, os "destemidos" combatentes da porca, acorreram ao local de sua morte e tiveram uma surpresa- a porca havia desaparecido, mas, no mesmo lugar em que havia caído, estava à velhota misteriosa, morta, toda ferida, como se tivesse sido atingida por pedras e paus. Há quem diga que velhota era a porca ou vice-versa; há os que acham que tudo não passa de imaginação. Mas, quando se colocava em dúvida o fato, sempre havia um velho morador para afirmar: É meu amigo, você não viveu naquela época e nem viu a porca. Se você a visse, não duvidaria que ela tinha pacto com o Diabo!
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Os pés da imagem de São Pedro
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A imagem de São Pedro na igreja de Santana-Belém-PA

Logo na entrada da igreja de Nossa Senhora de Santana, que fica no bairro da Campina, em Belém, existe uma imensa imagem de São Pedro, réplica da de Roma que, segundo a lenda, essa imagem demonstra a capacidade de ter nos pés temperaturas diferentes, ou seja num pé, ela apresenta frieza, e no outro é quente. 
A  imagem foi construída em Portugal, ela é de gesso, da mesma que está no Vaticano, em Roma, na Itália. Segundo o padre Beltrão, a réplica deveria ser construída toda de bronze como a original, no Vaticano, no entanto, isso não pôde ser concretizado. Problemas de transporte entre a Europa e o Brasil e o peso que a imagem de dois metros iria adquirir se construída de bronze foram as causas da mudança de material. Com isso, a réplica foi construída de gesso e somente com o pé direito de bronze. A imagem é também chamada pelos devotos de 'Santo do Pé Quente e do Pé Frio', devido às sensações térmicas que o gesso e o bronze transmitem ao se tocar na imagem. Segundo os devotos, há quem diga que São Pedro é pé quente e sempre atende aos pedidos de todos.

Igreja Santana Belém Pará Obras Restauração (Foto: Divulgação)
Igreja de Santanna-Bairro da Cmpina-Belém-PA
A Igreja de Nossa Senhora de Santana começou em 1727, como uma pequena paróquia em Campina, sendo a segunda da época colonial de Belém. A construção atual começou em 1761, com características neoclássicas e abóbada em ogiva. A lanterna redonda coroada por uma cúpula e uma cruz é uma raridade nas igrejas brasileiras.
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A menina da vassoura 
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 Na Igreja de Santo Alexandre, que hoje, foi transformada no Museu de Arte Sacra, quando fazemos a visita no segundo piso, há uma entrada no antigo coro da igreja, onde são expostas imagens restauradas que lhe pertenceram. Uma das imagens é conhecida como "menina da vassoura", materializando uma lenda local que diz que uma menina pegou uma vassoura para bater na mãe e virou madeira. Conta a lenda que a garota secou porque bateu na mãe com uma vassoura em uma sexta-feira da paixão. Depois disso foi guardada na igreja de Santo Alexandre, mas sempre estava trancada a 7 chaves,o que aguçava mais a nossa curiosidade. Alguns diziam que havia sido enviada ao Vaticano, outros diziam que estava emparedada na igreja.
Hoje é uma lenda do Museu de Arte Sacra.

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A Moça sem Face.



Vinícius era soldado do Núcleo do Parque de Aeronáutica de Belém. Brincalhão, bom camarada, era querido por seus companheiros de farda e superiores. Contador de anedotas, onde estivesse nos momentos de folga sempre tinha uma roda em volta. Estudante, fizera até a 4ª série ginasial antes de ingressar na caserna. Festeiro, frequentador das gafieiras de Belém, principalmente as do bairro de Marco, da Pedreira e de Canudos, era tido como bom dançador de merengue.  Muitas vezes Vinícius fugia do serviço para "balançar o esqueleto"! Conhecia todas as histórias de aparições que se contavam do Parque, mas não tava nem ai e afirmava mesmo que, se visse alguma coisa, ia perguntar:
- Que é que tu qué, meu irmão? Reza, missa, diz lá o que é. Se tu já morreste, fica
E, brincando sempre, levava tudo na gozação. Só que, no dia em que viu alguma coisa, que pensou depois ser assombração, não fez nada do que disse.
- Que é que há, minha filha? Noite tá fria, boa pra fazer neném, hein?
A moça permaneceu como estava. Respondeu ao cumprimento e foi o bastante para o soldado colocar o braço pela suas costas. Conversa vai, conversa vem, Vinícius falando sempre, e a moça respondendo mais por monossílabos. Saíram andando em direção a Canudos, pois ela havia dito que morava "para lá" indicando com o braço a entrada daquele bairro. O soldado tentara beijá-la várias vezes, e a moça sempre virava para o lado, de modo que Vinícius praticamente não pôde ver-lhe o rosto.
- Mas tu é metida a virgem, hein!
E dizendo isto Vinícius tirou o braço das costas da moça, segurando-lhe a mão. Ao primeiro contado, Vinícius sentiu-se arrepiar: A mão da moça parecia gelo. Mas procurou raciocinar. Ora, a noite estava fria. Naturalmente era por esta razão. Mesmo assim Vinícius começou a arrepender-se de ter "baixado" naquela "miquimba".
Continuaram andando Canudos adentro, na direção do Bairro de Santa Izabel. Vinícius falou:
-Mas tu mora longe, menina. Puxa vida! Depois de uma caminhada dessas, se tem de descansar. Porque, do contrário, o neném que a gente vai fazer já vai nascer cansado!
- Já estamos perto de onde moro. É logo ali.
Ao chegarem a uma esquina, a jovem parou.
- Rapaz, tu és muito corajoso! Gostei de ti, sabes? Mas é melhor que te vás embora. Não quero que te aconteça nada de mal.
Vinícius ficou admirado do rumo das coisas. A moça continuava de lado, sem virar-se de frente.
- Mas que é que me pode acontecer de mal? Tu é amigada? Ou é de teu "xodó" que tás com medo? De qualquer forma, se tu quisé ir comigo, é só dizer que vou. Ninguém é mais homem do que eu. Logo, digo pra ele que tu quiseste vir e pronto! E se ele quisé se balançar, não te incomoda que não vou apanhar, não.

- Não é nada disso. Não tenho "xodó", nem ninguém.  Apenas deves ir embora. Eu te admirei muito e por isto estou sendo tua amiga. Eu não posso ir contigo, nem tu deves ir onde moro. Estou falando para teu bem. Adeus.
Ante ao desfecho inesperado, Vinícius titubeou um momento. Em seguida, segurou a moça violentamente pelo braço, puxou-a, colocando-a a sua frente, enquanto falava:
- Tu não vais me...
As palavras morreram em sua boca. Ia dizer: - Tu não vais me fazer de besta, não! Mas o que viu deixou-o paralisado. Quando terminou o movimento e ela ficou de frente, olhou para o seu rosto, procurando-lhe os olhos e então viu que sua face era alguma coisa informe, ou melhor, era como se ela não a tivesse. Aterrorizado, Vinícius recuou. A moça calmamente virou de costas, começou a andar, dizendo:- Eu te avisei...
E dobrou a esquina.
Vinícius estava apavorado. Contudo, refletiu um momento e, sendo corajoso, rapidamente seguiu-a.
Para surpresa de Vinícius, não havia ninguém. A moça havia sumido. Ainda chegou a pensar que havia entrado numa casa qualquer próxima à esquina. Certificou-se que tal não tinha acontecido, de que a moça sumira mesmo. Vinícius ficou todo arrepiado. Quis se mexer e não conseguiu. Só então tomou consciência que estava próximo ao Cemitério de Santa Izabel.
Quando pôde se mexer, Vinícius saiu desabalado carreira por dentro de Canudos e, sem parar, subiu a Almirante Barroso até o Parque de Aeronáutica.
Foi surpresa geral quando Vinícius chegou todo afobado, cansado, gaguejando e sem conseguir dizer nada. Os poucos soldados que estavam acordados providenciaram água com açúcar, e, depois de muito tempo, conseguiu relatar sua história, jurando que todo aquele tempo estivera conversando com um fantasma.
Apesar de sua expressão de pavor, alguns ficaram incrédulos.
- Só depois é que reparei que ela não virava o rosto na minha direção. Aliás, não lhe vi a face, e era gelada, meu irmão, vou te contar. Esta mulher não era gente viva, não era não! Eu é que não quero acordo com estas coisas.
Troçaram com Vinícius.
- Taí, tá vendo o que dá andar querendo conquistar todo mundo? Vai nessa, vai!
Daí em diante, Vinícius, quando queria "baixar" em uma "miquimba", olhava seu relógio. Se era tarde da noite, podia ser a mulher mais linda do mundo, que Vinícius ficava fora da jogada, e dizia:- Eu, hein!