SEVERA ROMANA
Essa é uma historia real, com um fim trágico. Filha de imigrantes italianos, após dois anos de casamento com o soldado
Pedro Cavalcante de Oliveira, Severa Romana engravida. Estava no sétimo
mês de gestação, quando o marido a apresenta ao Cabo Antônio Ferreira
dos Santos, que se encontrava em Belém transferido do 35° Batalhão de
Infantaria do Ceará. O casal decide ajudá-lo, fornecendo refeições e
roupa lavada ao militar mediante módico pagamento.

______________________________________________________________________
A Moça do Táxi
_______________________________________________________________________
O Igarapé das Almas e A Porca do Reduto
O Bairro do Reduto é um dos mais antigos de Belém e também um dos mais
cheios de histórias e mitos, principalmente por ter como limite o famoso
e discutido igarapé das almas. Aliás, ex-igarapé, pois agora foi
transformado em um canal.

Numa
noite como outra qualquer, passava um táxi ao lado de um cemitério
quando uma mulher fez sinal. O motorista parou e ela entrou, disse que
ia para sua casa, e assim foi. Ao chegar ao destino, ela pediu que o
motorista viesse pegar o dinheiro no outro dia, pois no momento, ela não tinha e tão pouco queria acordar os pais que já estavam dormindo.Ele aceitou, e marcou então um horário para o pagamento.
No outro dia, o taxista fez como combinado com a moça, chegou no horário e ficou esperando ela sair da casa e pagar-lhe a corrida. Como ela demorava, ele resolveu
tocar a campainha. Uma senhora o atendeu, ele explicou a situação e ela o
fez entrar. Na sala, ele viu vários retratos na parede, e, um deles,
era o da moça que ele acabara de levar em seu táxi.
A simpática senhora, perguntou a ele, se a moça que havia feito a corrida, estava em uma das fotos da sala. Ele apontou para uma delas e disse -É ela! dizendo que a estava esperando lá fora há mais de
meia hora já até impaciente. — Impossível — disse a senhora a ele. —
Esta era minha filha, que faleceu há exatos dez anos, aliás, hoje seria
seu aniversário.
O
motorista, assustado com a história, só teve a ideia de se desculpar e
sair rapidamente daquela casa. Diz esta lenda urbana que, todo ano, no
dia de seu aniversário, essa jovem pega um táxi e vai até a casa da mãe. A história não é de todo uma lenda, havendo um pouco de verdade nisso. A moça realmente existiu, e seu nome era Josephina Conte, jovem que morreu em 1931, aos 16 anos. Antes de morrer Josephina começou a apresentar sinais de magreza
excessiva, e teve que ficar internada em isolamento no hospital, com
suspeita de tuberculose. Até hoje, ela é tida como "santa popular" e as visitas ao seu túmulo, que está localizado co Cemitério Santa Izabel, (Bairro do Guamá) começaram na década de 40 e sua lenda é contada de diversas formas em diferentes lugares do Brasil. _______________________________________________________________________
O Igarapé das Almas e A Porca do Reduto
![]() |
Igarapé das almas |
![]() |
Hoje, Doca Visconde de Souza Franco-Reduto |
O nome do dito igarapé é discutido até hoje: Igarapé das armas ou das almas?
Diz-se que as duas expressões são corretas, pois a primeira é atribuída ao fato de que já no finalzinho da Guerra da Cabanagem, um grupo
de cabanos esconderam ali, neste igarapé suas armas.
Anos depois, foi-lhe atribuido "igarapé das almas", após os habitantes das
redondezas terem visto espíritos de cabanos falecidos, que ficavam vagando
atrás das armas escondidas. Sendo o igarapé das armas ou das almas, sempre serviu para
comentários medrosos ou histórias fantásticas, de quando
Belém era cidade provinciana, com racionamento de luz, transportes
precários, quando a violência não era voraz e as famílias podiam colocar cadeiras nas portas de suas casas e calçadas, conta-se que pessoas que moravam na rua 2 de
setembro ficavam assustadas todas as noites com um fato estranho que, aproximadamente as 22:00 horas da noite, uma porca de tamanho considerável, saia em desabalada
carreira da praça Magalhães Barata até o igarapé das almas. Certa vez, residentes naquela rua, no trecho citado, estavam despreocupadamente
conversando, quando, de repente, um ruído esquisito
interrompia a conversa: era a porca na sua corrida cotidiana. Curiosamente, o animal, uma vez que chegava ao igarapé, desaparecia misteriosamente.
Alguns moradores não se preocupavam, porém outros, mais curiosos,
procuravam saber quem era o proprietário do animal, sem sucesso. Pergunta
daqui, pergunta dali e nada! Parecia que a porca não tinha dono.
Pensavam uns: meteu-se no mato! Porém havia algo mais estranho ainda: Havia no bairro uma senhora estranha que ninguém
conhecia e ninguém sabia quem era, que mas diariamente, ia do igarapé das almas para a praça
Magalhães, permanecendo a maior parte do dia a vagar pela praça.
A
correria da porca começou a incomodar de tal forma que, certos
moradores,sugeriram mata-la, visto não aparecer seu dono.
E assim se organizou uma turma disposta a liquidar com a vivência do
suíno. Todas as noites o pessoal se reunia com um arsenal improvisado:
porretes, estacas, pedras,madeira, enfim, tudo valia para pôr fim à vida
da porca.
Então, a partir daí, quem morava no itinerário passava a assistir esse
espetáculo inédito: a caça de uma porca em plena cidade, isto além das 22:00 horas da noite. Talvez porque a porca fosse muito ligeira ou porque
seus perseguidores fossem muitos lentos, o fato é que a caçada durou
muitos dias. E toda noite era a vozeria da molecada, aos gritos de
"mata" e "pega" acompanhando os atiradores de paus, pedras e de outras
armas improvisadas. E depois a vaia reciproca, uns culpando os outros
pelo fato de a porca ter escapado mais uma vez. Mas, um dia, finalmente,
acertaram em cheio a cabeça da porca, em lugar próximo ao igarapé das
almas. A porca parou, cambaleou e logo todos se puseram a dar pauladas e
pedradas num autêntico lixamento.
A
Porca morreu, e o fato foi comentado pelos "Heróis" da noite. No dia
seguinte, os "destemidos" combatentes da porca, acorreram ao local de sua
morte e tiveram uma surpresa- a porca havia desaparecido, mas, no mesmo lugar em
que havia caído, estava à velhota misteriosa, morta, toda ferida, como
se tivesse sido atingida por pedras e paus. Há quem diga que velhota
era a porca ou vice-versa; há os que acham que tudo não passa de
imaginação. Mas, quando se colocava em dúvida o fato, sempre havia um
velho morador para afirmar:
É meu amigo, você não viveu naquela época e nem viu a porca. Se você a
visse, não duvidaria que ela tinha pacto com o Diabo!
______________________________________________________________________
Logo na entrada da igreja de Nossa Senhora de Santana, que fica no bairro da Campina, em Belém, existe uma imensa imagem de São Pedro, réplica da de Roma que, segundo a lenda, essa imagem demonstra a capacidade de ter nos pés temperaturas diferentes, ou seja num pé, ela apresenta frieza, e no outro é quente.
A imagem foi construída em Portugal, ela é de gesso, da mesma que está no Vaticano, em Roma, na Itália. Segundo o padre Beltrão, a réplica deveria ser construída toda de bronze como a original, no Vaticano, no entanto, isso não pôde ser concretizado. Problemas de transporte entre a Europa e o Brasil e o peso que a imagem de dois metros iria adquirir se construída de bronze foram as causas da mudança de material. Com isso, a réplica foi construída de gesso e somente com o pé direito de bronze. A imagem é também chamada pelos devotos de 'Santo do Pé Quente e do Pé Frio', devido às sensações térmicas que o gesso e o bronze transmitem ao se tocar na imagem. Segundo os devotos, há quem diga que São Pedro é pé quente e sempre atende aos pedidos de todos.
A Igreja de Nossa Senhora de Santana começou em
1727, como uma pequena paróquia em Campina, sendo a segunda da época
colonial de Belém. A construção atual começou em 1761, com
características neoclássicas e abóbada em ogiva. A lanterna redonda
coroada por uma cúpula e uma cruz é uma raridade nas igrejas
brasileiras.
_______________________________________________________________________________
A menina da vassoura

Na Igreja de Santo Alexandre, que hoje, foi transformada no Museu de Arte Sacra, quando fazemos a visita no segundo piso, há uma entrada no antigo coro da igreja, onde são expostas imagens restauradas que lhe pertenceram. Uma das imagens é conhecida como "menina da vassoura", materializando uma lenda local que diz que uma menina pegou uma vassoura para bater na mãe e virou madeira. Conta a lenda que a garota secou porque bateu na mãe com uma vassoura em uma sexta-feira da paixão. Depois disso foi guardada na igreja de Santo Alexandre, mas sempre estava trancada a 7 chaves,o que aguçava mais a nossa curiosidade. Alguns diziam que havia sido enviada ao Vaticano, outros diziam que estava emparedada na igreja.
Hoje é uma lenda do Museu de Arte Sacra.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Os pés da imagem de São Pedro
A imagem de São Pedro na igreja de Santana-Belém-PA |
Logo na entrada da igreja de Nossa Senhora de Santana, que fica no bairro da Campina, em Belém, existe uma imensa imagem de São Pedro, réplica da de Roma que, segundo a lenda, essa imagem demonstra a capacidade de ter nos pés temperaturas diferentes, ou seja num pé, ela apresenta frieza, e no outro é quente.
A imagem foi construída em Portugal, ela é de gesso, da mesma que está no Vaticano, em Roma, na Itália. Segundo o padre Beltrão, a réplica deveria ser construída toda de bronze como a original, no Vaticano, no entanto, isso não pôde ser concretizado. Problemas de transporte entre a Europa e o Brasil e o peso que a imagem de dois metros iria adquirir se construída de bronze foram as causas da mudança de material. Com isso, a réplica foi construída de gesso e somente com o pé direito de bronze. A imagem é também chamada pelos devotos de 'Santo do Pé Quente e do Pé Frio', devido às sensações térmicas que o gesso e o bronze transmitem ao se tocar na imagem. Segundo os devotos, há quem diga que São Pedro é pé quente e sempre atende aos pedidos de todos.
![]() |
Igreja de Santanna-Bairro da Cmpina-Belém-PA |
_______________________________________________________________________________
A menina da vassoura
Na Igreja de Santo Alexandre, que hoje, foi transformada no Museu de Arte Sacra, quando fazemos a visita no segundo piso, há uma entrada no antigo coro da igreja, onde são expostas imagens restauradas que lhe pertenceram. Uma das imagens é conhecida como "menina da vassoura", materializando uma lenda local que diz que uma menina pegou uma vassoura para bater na mãe e virou madeira. Conta a lenda que a garota secou porque bateu na mãe com uma vassoura em uma sexta-feira da paixão. Depois disso foi guardada na igreja de Santo Alexandre, mas sempre estava trancada a 7 chaves,o que aguçava mais a nossa curiosidade. Alguns diziam que havia sido enviada ao Vaticano, outros diziam que estava emparedada na igreja.
Hoje é uma lenda do Museu de Arte Sacra.
______________________________________________________________________
A Moça sem Face.
Vinícius era soldado do Núcleo do Parque de Aeronáutica de Belém.
Brincalhão, bom camarada, era querido por seus companheiros de farda e
superiores. Contador de anedotas, onde estivesse nos momentos de folga sempre
tinha uma roda em volta. Estudante, fizera até a 4ª série ginasial antes de
ingressar na caserna. Festeiro, frequentador das gafieiras de Belém,
principalmente as do bairro de Marco, da Pedreira e de Canudos, era tido como
bom dançador de merengue. Muitas vezes
Vinícius fugia do serviço para "balançar o esqueleto"! Conhecia todas
as histórias de aparições que se contavam do Parque, mas não tava nem ai e
afirmava mesmo que, se visse alguma coisa, ia perguntar:
- Que é que tu qué, meu irmão? Reza, missa, diz lá o que é. Se tu já
morreste, fica
E, brincando sempre, levava tudo na gozação. Só que, no dia em que viu
alguma coisa, que pensou depois ser assombração, não fez nada do que disse.
- Que é que há, minha filha? Noite tá fria, boa pra fazer neném, hein?
A moça permaneceu como estava. Respondeu ao cumprimento e foi o
bastante para o soldado colocar o braço pela suas costas. Conversa vai,
conversa vem, Vinícius falando sempre, e a moça respondendo mais por
monossílabos. Saíram andando em direção a Canudos, pois ela havia dito que
morava "para lá" indicando com o braço a entrada daquele bairro. O
soldado tentara beijá-la várias vezes, e a moça sempre virava para o lado, de
modo que Vinícius praticamente não pôde ver-lhe o rosto.
- Mas tu é metida a virgem, hein!
E dizendo isto Vinícius tirou o braço das costas da moça, segurando-lhe
a mão. Ao primeiro contado, Vinícius sentiu-se arrepiar: A mão da moça parecia
gelo. Mas procurou raciocinar. Ora, a noite estava fria. Naturalmente era por
esta razão. Mesmo assim Vinícius começou a arrepender-se de ter
"baixado" naquela "miquimba".
Continuaram andando Canudos adentro, na direção do Bairro de Santa
Izabel. Vinícius falou:
-Mas tu mora longe, menina. Puxa vida! Depois de uma caminhada dessas,
se tem de descansar. Porque, do contrário, o neném que a gente vai fazer já vai
nascer cansado!
- Já estamos perto de onde moro. É logo ali.
Ao chegarem a uma esquina, a jovem parou.
- Rapaz, tu és muito corajoso! Gostei de ti, sabes? Mas é melhor que te
vás embora. Não quero que te aconteça nada de mal.
Vinícius ficou admirado do rumo das coisas. A moça continuava de lado,
sem virar-se de frente.
- Mas que é que me pode acontecer de mal? Tu é amigada? Ou é de teu
"xodó" que tás com medo? De qualquer forma, se tu quisé ir comigo, é
só dizer que vou. Ninguém é mais homem do que eu. Logo, digo pra ele que tu
quiseste vir e pronto! E se ele quisé se balançar, não te incomoda que não vou
apanhar, não.
- Não é nada disso. Não tenho "xodó", nem ninguém. Apenas deves ir embora. Eu te admirei muito e
por isto estou sendo tua amiga. Eu não posso ir contigo, nem tu deves ir onde
moro. Estou falando para teu bem. Adeus.
Ante ao desfecho inesperado, Vinícius titubeou um momento. Em seguida,
segurou a moça violentamente pelo braço, puxou-a, colocando-a a sua frente,
enquanto falava:
- Tu não vais me...
As palavras morreram em sua boca. Ia dizer: - Tu não vais me fazer de besta,
não! Mas o que viu deixou-o paralisado. Quando terminou o movimento e ela ficou
de frente, olhou para o seu rosto, procurando-lhe os olhos e então viu que sua
face era alguma coisa informe, ou melhor, era como se ela não a tivesse.
Aterrorizado, Vinícius recuou. A moça calmamente virou de costas, começou a andar,
dizendo:- Eu te avisei...
E dobrou a esquina.
Vinícius estava apavorado. Contudo, refletiu um momento e, sendo corajoso,
rapidamente seguiu-a.
Para surpresa de Vinícius, não havia ninguém. A moça havia sumido.
Ainda chegou a pensar que havia entrado numa casa qualquer próxima à esquina.
Certificou-se que tal não tinha acontecido, de que a moça sumira mesmo.
Vinícius ficou todo arrepiado. Quis se mexer e não conseguiu. Só então tomou
consciência que estava próximo ao Cemitério de Santa Izabel.
Quando pôde se mexer, Vinícius saiu desabalado carreira por dentro de
Canudos e, sem parar, subiu a Almirante Barroso até o Parque de Aeronáutica.
Foi surpresa geral quando Vinícius chegou todo afobado, cansado,
gaguejando e sem conseguir dizer nada. Os poucos soldados que estavam acordados
providenciaram água com açúcar, e, depois de muito tempo, conseguiu relatar sua
história, jurando que todo aquele tempo estivera conversando com um fantasma.
Apesar de sua expressão de pavor, alguns ficaram incrédulos.
- Só depois é que reparei que ela não virava o rosto na minha direção.
Aliás, não lhe vi a face, e era gelada, meu irmão, vou te contar. Esta mulher
não era gente viva, não era não! Eu é que não quero acordo com estas coisas.
Troçaram com Vinícius.
- Taí, tá vendo o que dá andar querendo conquistar todo mundo? Vai
nessa, vai!
Daí em diante, Vinícius, quando queria "baixar" em uma
"miquimba", olhava seu relógio. Se era tarde da noite, podia ser a mulher
mais linda do mundo, que Vinícius ficava fora da jogada, e dizia:- Eu, hein!